
Monitor do PIB da FGV mostra queda de 0,4% em abril na variação mensal
O Monitor do PIB, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre), aponta retração de 0,4% na atividade econômica em abril na comparação com março, na análise da série com ajuste sazonal. A retração é a primeira após cinco meses consecutivos de resultados positivos. Na comparação interanual, a economia cresceu 1,6%. No trimestre findo em abril, a alta foi de 2,7%. A taxa acumulada em 12 meses é de 3,1%. Em termos monetários, o Ibre estima que o PIB acumulado até abril tenha sido de R$ 4,057 trilhões. Segundo o instituto, a queda em abril é reflexo dos desempenhos negativos na agropecuária e na indústria, pela ótica da oferta. Pela ótica da demanda, houve queda no consumo, nas exportações e na Formação Bruta de Capital Fixo (investimentos). A taxa de investimento em abril foi de 18,3%, estimou o Ibre. "Cabe ressaltar que a retração ocorreu após expressivo crescimento da economia em março (1,3%), o que elevou a base de comparação. De qualquer modo, o resultado pode sinalizar maior dificuldade de sustentação do crescimento econômico observado nos primeiros meses do ano”, diz Juliana Trece, coordenadora da pesquisa. Análise desagregada com base no trimestre terminado em abril Consumo das famílias - O consumo das famílias cresceu 1,9% no trimestre móvel terminado em abril. Segundo o Ibre, “embora tenha crescido, segue em clara trajetória de desaceleração econômica iniciada no segundo semestre de 2024.” Em 2025, esse comportamento deve-se, principalmente à perda de força no consumo de bens. “Apesar de o consumo de serviços ter desacelerado bastante desde o ano passado, sua contribuição para o consumo das famílias segue relativamente estável em 2025.” Investimentos - A Formação Bruta de Capital Fixo cresceu 6,9% no trimestre móvel findo em abril. “O crescimento reforça a trajetória de desaceleração iniciada nos trimestres anteriores.” O segmento de máquinas e equipamentos é o principal responsável por essa perda de força do componente. Exportação - As exportações avançaram 1,2% no período. Os principais destaques para o crescimento das exportações foram os produtos agropecuários, bens de capital, serviços e bens intermediários. Para os bens intermediários, contudo, embora seja o principal segmento a contribuir com o aumento das exportações, observa-se redução de sua contribuição. Importação - As importações cresceram 12,9% no trimestre móvel até abril. Os destaques foram os segmentos de bens de capital, intermediários e serviços. A importação de bens de consumo e de produtos agropecuários, embora tenha sido positiva, pouco contribuiu para o expressivo crescimento do componente. A importação de produtos da indústria extrativa foi a única retração do componente. IMAGEM: Freepik